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segunda-feira, 25 de maio de 2015

projeto do Sal - JI Aquário


Sal é Vida … com conta, peso e medida.


Projeto desenvolvido na sala dos golfinhos como resposta às questões colocadas pelas crianças após a descoberta de uma maçã, que esquecida na sala, acabou por apodrecer:

-Porque é que a maçã ficou podre?

-Já sei! É porque não foi para o frigorífico.

-E se não houver frigorífico? Como é que se faz para isto não acontecer?




Pesquisámos na net e chegámos à conclusão que antigamente não havia eletricidade nas casas e existiam 4 formas de se preservarem os alimentos: Congelados nos países onde existia neve ou gelo, secos ao Sol, em climas com muito pouca humidade, fumados quando postos ao fumeiro (coisa que só se podia fazer se estivessem em lugar fixo) e salgados, ou seja, cobertos com sal e secos graças à propriedade do sal desidratar os alimentos. Ficámos também a saber que a salga era uma das formas mais utilizadas e que Setúbal era um dos principais pólos de extração de sal da Europa, que por ser de fácil transporte era exportado para muitos lugares. Por esta razão e por termos tido conhecimento de que esta atividade ancestral se encontra atualmente em extinção na nossa cidade, resolvemos descobrir os seus segredos e iniciámos o projeto, onde as atividades foram pensadas de modo a proporcionar às crianças aprendizagens e vivências científicas reais, articulando com saberes culturais, através de atividades integradoras de caráter prático.

Assim nasceu “Sal é Vida …com conta, peso e medida! - outrora considerado ouro branco, quase foi proscrito. Pretendemos recuperar a sua imagem.”



-Fomos conhecer a história do sal, sempre interligada com a história da nossa cidade e compreendê-la como parte integrante da nossa identidade;
                              


- Quisemos perceber onde está, como se produz e extrai; conhecer pessoas ligadas a esta atividade e compreender as várias etapas da produção artesanal; observar tratar-se de um mineral natural de inesgotável acesso e não poluente, em todo o seu processo.

 
 
 
 
 

- Observámos, experimentámos e descobrimos as suas características naturais, propriedades e qualidades físicas e químicas;

 
 
 

- Reconhecemos o sabor do sal e a sua presença em quase todos os alimentos e aprendemos que é essencial para a vida, embora conscientes do perigo dos excessos. E como a criatividade também é essencial para a vida utilizámos sal em atividades de expressão plástica;
 


 

 - Investigámos e testámos algumas das suas inúmeras aplicações na gastronomia, preferencialmente as tradicionais e se possível utilizando produtos das nossas hortas biológicas;

 
 

 
 

 
 
- Compreendemos e explorámos o seu potencial económico e muito em voga, ao contactarmos com pessoas ligadas à restauração e através da venda dos nossos produtos

 


- Fizemos a divulgação do nosso trabalho através da elaboração de um Feira Medieval aberta à comunidade, onde crianças e familiares fizeram uma viagem no tempo e divertidos puderam vivenciar um pouco o espírito e o comércio da época. Também os blogs apresentados no site da nossa escola, proporcionaram a oportunidade de mostrar as muitas potencialidades do sal e de alertar para a atual desativação das salinas de Setúbal, que utilizavam uma matéria-prima local que é ecológica, pois não é poluente em todo o seu processo e que está sempre disponível  e talvez pudesse promover postos de trabalho e ser uma mais-valia para nossa cidade.   

 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Visita às Salinas do Samouco- JI Aquário

No âmbito do projeto selecionado pelo Concurso Fundação Ilídio Pinho “ Sal é Vida… com conta, peso e medida”, as salas dos Golfinhos e das Estrelinhas visitaram as Salinas do Samouco em Alcochete, onde se passou um dia diferente e muito agradável.


A visita teve início com a partida da escola às 9:30h da manhã e após quase 1hora de viagem em autocarro lá chegámos ao Samouco, onde o André - biólogo que trabalha neste Complexo, nos esperava. Seguimos o seu carro por um caminho de areia e logo fomos surpreendidos pela beleza e paz deste local. Aqui, bem perto da Ponte Vasco da Gama e com vista para Lisboa, habita um grande número de aves, de diferentes espécies. Por esta razão é aqui que se situa o Núcleo Museológico do Sal e Proteção de Aves do Estuário do Tejo. Na casa/museu, assistimos a um filme sobre as salinas e rapação de sal, assim como vimos inúmeros bandos de aves que ali se encontram por existir grande disponibilidade de alimentos. Seguidamente o André ajudou todas as crianças a observarem flamingos que apesar de estarem distantes se viam perfeitamente com a ajuda de um telescópio.

 

 
Após estes momentos de estudo, seguiu-se um percurso pedestre para visitarmos as salinas propriamente ditas, onde vimos os tanques de areia com água e as respetivas comportas, responsáveis pela diferente profundidade da água existente em cada tanque e consequente grau de salinidade. Embora nesta época do ano, os tanques só tivessem água (pois necessitam de mais sol para que a água se evapore e se formem os cristais de sal) vários montes de sal estavam depositados nos caminhos que rodeavam os tanques e as crianças, habituadas a verem o sal nas suas cozinhas, ficaram muito admiradas com as dimensões dos mesmos.


 
 
Nesse local encontrava-se uma cabana de madeira onde o sal recolhido era armazenado, separado por sal grosso (obtido por extração direta), sal fino (após ser moído numa máquina) e flor de sal (que é o tipo de sal mais caro, pois trata-se de um sal que se forma em lâminas, numa fina camada à superfície e que nunca entra em contacto com a terra). Observámos, provámos e apreciámos a cor, a densimetria e o sabor e salinidade dos diferentes tipos de sal.
 

 

Terminada esta visita, as crianças tiveram a oportunidade de contactar com uma família de burros de raça Mirandesa, atualmente em vias de extinção, que habituados a terem visitas aproximaram-se do grupo de crianças que alegremente lhes fizeram festas e deram ervas a comer.

Cansados de tanto andarmos, voltámos para o polo museológico e almoçámos ao ar livre numas mesas aí colocadas, sob toldos que nos davam sombra e num espaço suficientemente amplo e seguro para as crianças brincarem após a refeição.



Ainda visitámos uma outra cabana de madeira dedicada ao estudo e proteção das aves. Aí existiam imitações de pássaros, esqueletos de cabeças de diferentes espécies, anilhas para identificação, balanças e réguas de medição, inúmeros posters, etc., para estudo dos pássaros que por ali passam em migração ou que lá habitam permanentemente. 



 
Terminámos a observar pequenos viveiros de salicórnia, que é uma planta que sobrevive com água salgada e que por este motivo tem um sabor que faz com que se possa utilizar na cozinha como alternativa ao sal.

À saída ainda passámos por uma lojinha onde se podia comprar sal marinho, flor de sal e sabonetes muito bem cheirosos confecionados com leite de burra. Finalmente e com muita pena nossa, dissémos adeus ao André, que mais uma vez deu provas da sua simpatia ao oferecer-nos de presente um enorme saco com sal marinho, pois sabia que estamos envolvidos num projeto dedicado ao sal, que muito valorizamos.