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terça-feira, 31 de maio de 2016

Os 16 pintos irmãos ou o nascimento de pintos numa incubadora na sala- JI Aquário


Duas caixas apareceram na nossa sala, na manhã de 25 de janeiro. Quando as crianças chegaram à sala, surgiu este diálogo:

L – Olhem, duas caixas cheias de ovos. Fui eu que trouxe da quinta da minha avó.
D-  São muitos ovos, se calhar hoje vamos fazer um bolo.
Ed.- Não vamos fazer bolos porque estes ovos são especiais e não os vamos cozinhar. Vieram da capoeira da avó da Luz. Vamos sim, fingir que somos a mãe galinha e ajudar os pintainhos a nascerem e a crescerem e vamos todos ser responsáveis pelo seu bem-estar, como uma espécie de padrinhos.


Assim, com a ajuda de uma incubadora elétrica, colocámos os 18 ovinhos no choco. Estudámos e aprendemos quantos dias teríamos que esperar até ao seu nascimento e qual a temperatura que tinha se manter. Aprendemos que o tempo de incubação dos pintos é de 21 dias e fizemos um calendário onde marcámos os 21 dias seguintes, que eram obrigatoriamente marcados a cada dia que passava.

 










 A meio do final do tempo previsto, com a ajuda do mira de ovos, vimos que os pintainhos estavam a crescer dentro dos ovos e que só dois é que não tinham pinto. Partimos os dois ovinhos e vimos que cada um tinha uma gema amarela.
L -  Porque é que não tem pintainho?
M - Porque estes ovos vieram enganados. Estes são do Jumbo, acho eu.
L- Não, vieram da quinta da minha avó. Se calhar os pintos morreram.
Ed.- Não morreram, porque nunca existiram. Não têm pintainhos dentro porque a galinha não tinha um galo para namorar quando pôs os ovos.




E a expetativa crescia conforme o tempo ia passando. Até que chegou o muito esperado dia 15 de Fevereiro, e a natureza como que guiada por um relógio, não nos decepcionou.
Um ovo começou a ser bicado, logo seguido por outro, e mais outro, e… quinze ovinhos começaram a partir-se e quinze pintainhos saíram das suas cascas. Com as penas molhadas e ainda meio tontos, devagar lá começaram a tentar pôrem-se de pé. Passadas umas horas já se levantavam, piavam e tinham as penas bem sequinhas. Só um ovo continuava inteiro, até que se começou a mexer e um biquinho apareceu.
D - Uau! Está a nascer o ultimo pintainho. Já são 16, mas ele está demorado…Será que consegue?
Ed – Não sei. Vamos esperar mais um tempinho e se à tarde ele ainda não tiver saído do ovo, vamos tentar ajudá-lo a partir a casca, mas temos que estar preparados pois pode não conseguir sobreviver.


 

Por ter as penas coladas à casca estava a demorar muito tempo a nascer e então fizemos de enfermeiros e com muito cuidado lá o conseguimos tirar cansado e muito fraco. Enquanto isso, os seus 15 irmãos foram mudados para uma caixa grande de cartão aberta por cima, toda forrada com desenhos onde escrevemos os nomes com que cada criança batizou o seu afilhado. O pintainho mais pequeno teve que permanecer mais um dia na incubadora. Pusemos palha na caixa, uma luz de aquecimento suspensa, para lhes dar o calor que o chôco da mãe lhes daria, um bebedouro com água e um recipiente com comida. No dia seguinte apesar do receio do nosso pequenote não resistir, quando chegámos à sala encontrámo-lo são e salvo. Trôpego e com as penas ainda meio pegadas, ele aguentou-se e foi transferido para junto dos seus irmãos. Felizes, vivem agora todos juntos a piar, dormir, comer e beber e é um prazer vê-los crescer de dia para dia com o carinho e alegria das crianças. 









Tal como as pessoas, todos estes “bebés” quando nascem são muito frágeis e necessitam de muitos cuidados, carinho e proteção. Investigámos as suas necessidades e características e transformámo-nos em mães e em médicos, pois vimo-los nascer e ajudámo-los a crescer.








Observar como os animais se reproduzem, nascem e crescem, é para nós uma fonte inigualável de conhecimento e uma experiência emocional inesquecível. Poder vê-los nascer e crescer, responder às suas necessidades e observá-los (forma de locomoção, de que é coberto o seu corpo, qual a sua voz, de que se alimenta, etc.) comparando semelhanças e diferenças, é uma forma de adquirir informação relativamente ao meio natural que permite uma forte componente ecológica, tão afastada da realidade das crianças que vivem no meio urbano e que tanto interesse lhes desperta.

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